Em resposta ao aumento do risco de leptospirose após enchentes recentes, a Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Gaúcha de Infectologia e a Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul uniram forças para atualizar a nota técnica sobre quimioprofilaxia para esta doença infecciosa grave.

A leptospirose, uma doença causada pela bactéria Leptospira, é frequentemente transmitida por água ou solo contaminado pela urina de animais infectados. As situações de enchente aumentam substancialmente o risco de transmissão, tornando essencial a revisão e a atualização das diretrizes de profilaxia.

As diretrizes atualizadas, firmadas após uma análise criteriosa da literatura científica recente, incluindo estudos da Cochrane Systematic Reviews de 2024, recomendam fortemente contra o uso rotineiro de antimicrobianos para profilaxia. As evidências mostram que não há benefícios significativos em termos de redução de mortalidade, infecção ou soroconversão que justifiquem o uso generalizado desses medicamentos como medida de saúde pública.

No entanto, as diretrizes também reconhecem que há situações específicas de alto risco onde a quimioprofilaxia pode ser justificada. Profissionais de saúde e socorristas com exposição prolongada a águas de enchente, onde os equipamentos de proteção individual são insuficientes, podem considerar o uso profilático de doxiciclina ou azitromicina. A escolha do medicamento deve ser baseada em uma avaliação médica criteriosa do risco individual de exposição.

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Nota técnica nº 65/2024 detalha plano de ação para evitar desperdício de vacinas com prazo de validade próximo

O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente e do Departamento do Programa Nacional de Imunizações, divulgou a Nota Técnica nº 65/2024-CGICI/DPNI/SVSA/MS, apresentando uma estratégia temporária para a administração das vacinas contra dengue que estão próximas do vencimento. Esta medida visa garantir a utilização eficiente dos recursos e evitar o desperdício de vacinas.

A nota técnica esclarece que, diante do conhecimento sobre as doses de vacina contra dengue com vencimento em 30 de abril de 2024 ainda presentes em alguns estoques municipais, o Ministério orientou o remanejamento das doses entre os estados, permitindo um uso mais oportuno destas. Com esta ação, busca-se maximizar a cobertura vacinal, aproveitando todas as doses disponíveis.

Adicionalmente, a estratégia inclui a ampliação temporária da faixa etária de vacinação para pessoas de 6 a 16 anos, caso os municípios possuam doses que possam ser perdidas devido ao prazo de validade. Esta medida pode ser estendida até o limite etário de 59 anos, 11 meses e 29 dias, conforme a disponibilidade e necessidade local, sempre garantindo a disponibilidade da segunda dose para todos os vacinados dentro dessa recomendação.

O Ministério reforça que essa é uma estratégia exclusivamente temporária, aplicável somente às vacinas com prazo de validade até o final de abril de 2024, e pede a colaboração dos órgãos de saúde estaduais e municipais para a implementação eficaz do plano.

Este plano de ação reflete o compromisso do Ministério da Saúde com a saúde pública e a gestão eficiente de recursos, garantindo que todas as doses de vacina sejam usadas de forma eficaz para proteger a população contra a dengue.

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A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) informa um aumento nos casos de Campylobacter resistente a antimicrobianos entre homens que fazem sexo com homens (HSH), conforme destacado em um novo alerta de saúde emitido pelo Departamento de Saúde de Minnesota.

Os recentes relatórios apontam para um agrupamento de 13 casos de infecção por Campylobacter jejuni no estado de Minnesota, com uma evidente transmissão por contato sexual. Este surto ressalta uma preocupante resistência aos antimicrobianos tradicionalmente utilizados para tratar tais infecções.

Contexto Epidemiológico

Os casos, que ocorreram entre agosto de 2023 e janeiro de 2024, foram identificados através de sequenciamento genômico, revelando uma proximidade genética significativa. Entre os infectados, a maioria relatou contato sexual recente como provável via de transmissão. Adicionalmente, vários desses indivíduos também foram co-infectados com outros patógenos entéricos, incluindo E. coli enteroagregativa e Shigella.

Impacto Clínico

Este surto destaca a gravidade da resistência antimicrobiana, com quatro dos casos necessitando de hospitalização. A sensibilidade dos isolados variou, mostrando resistência ao ácido nalidíxico e sensibilidade reduzida à ciprofloxacina, porém sensíveis aos macrolídeos.

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O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, publicou um volume crucial do seu Boletim Epidemiológico de Resistência aos Antimicrobianos, concentrando-se no desafio crescente da Resistência Antimicrobiana (RAM) no Brasil. Esta edição, marcando um importante passo na luta contra esta ameaça global, destaca dados e análises detalhadas sobre a prevalência e distribuição de microrganismos multirresistentes (MDR), proporcionando uma visão clara sobre a situação atual e as ações necessárias para enfrentar essa crise.

O boletim revela que a RAM continua a ser uma grave ameaça à saúde pública, exacerbada pelo uso indiscriminado de antimicrobianos na medicina humana e animal, além de práticas inadequadas de descarte que contribuem para a contaminação ambiental. Segundo o estudo, houve uma escalada significativa na presença de bactérias resistentes, levando a um aumento nos custos de tratamento, na duração das internações hospitalares e na mortalidade associada a infecções bacterianas.

Dentre os principais patógenos identificados, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumoniae estão no topo da lista, representando uma grande porcentagem das mortes atribuíveis à RAM. Este cenário alarmante sublinha a urgência de novas pesquisas em antimicrobianos e a necessidade de políticas robustas para regular o uso dessas substâncias críticas.

A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente destacou o papel vital da vigilância laboratorial para detectar e responder rapidamente a surtos de infecções resistentes, e o uso estratégico do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) para coletar e analisar dados relacionados à RAM. Esse sistema permite uma análise precisa e oportuna que é essencial para orientar as intervenções públicas e as decisões políticas.

O Brasil tem sido proativo no enfrentamento da RAM, implementando estratégias alinhadas ao Plano de Ação Global da Organização Mundial da Saúde (OMS), que convoca uma resposta coordenada e integrada à ameaça da resistência aos antimicrobianos. A cooperação contínua entre governos, setor privado e comunidades é vista como chave para combater a RAM eficazmente.

O boletim de Resistência aos Antimicrobianos faz um apelo urgente para ação, ressaltando a importância da conscientização pública e da educação em saúde para promover o uso racional de antimicrobianos e prevenir a propagação de resistências. As descobertas e recomendações apresentadas neste boletim são um chamado à ação para todos os envolvidos na saúde pública, destacando a necessidade contínua de vigilância, pesquisa e colaboração global para enfrentar este desafio crescente.

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O Instituto Adolfo Lutz (IAL), sob a égide da Secretaria de Estado da Saúde e Coordenadoria de Controle de Doenças, orgulhosamente apresenta os resultados da vigilância de pneumonias e meningites bacterianas do ano de 2023. Como Laboratório de Referência Nacional (LRN) para Meningites Bacterianas e Doenças Pneumocócicas Invasivas, o IAL lidera esforços nacionais para monitorar as características fenotípicas e moleculares dos isolados de Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, e Streptococcus pneumoniae.

Durante o ano, 298 amostras de H. influenzae, 380 de N. meningitidis, e 1891 de S. pneumoniae foram analisadas, refletindo um amplo esforço colaborativo com a rede de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs) e parceiros de saúde pública em todo o Brasil. Este relatório destaca a contínua importância da vigilância baseada em laboratório para avaliar o impacto de vacinas e estratégias de prevenção, além de monitorar a resistência aos antimicrobianos entre os principais patógenos bacterianos causadores de meningites e pneumonias invasivas.

Os resultados do SIREVA 2023 evidenciam a diversidade de sorotipos circulantes e perfil de susceptibilidade antimicrobiana, fornecendo insights valiosos para a orientação de medidas preventivas e terapêuticas contra essas doenças significativas de saúde pública.

Confira o Boletim abaixo SIREVA 2023.

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O Ministério da Saúde, em seu compromisso contínuo com a saúde pública e o bem-estar da população brasileira, divulgou seu Boletim Epidemiológico Tuberculose, referente ao ano de 2024. Este documento representa um marco importante na luta contra a tuberculose (TB) no Brasil, enfatizando os esforços nacionais para enfrentar essa doença transmissível que, apesar de prevenível e curável, continua a desafiar a saúde pública global e nacional.

O Brasil, um país de dimensões continentais com uma população diversificada, enfrenta o desafio de combater a TB em meio a desigualdades sociais e econômicas profundas. A TB é uma doença que afeta principalmente as populações mais vulneráveis, evidenciando a importância de abordagens multissetoriais e inclusivas para sua eliminação. O Boletim de 2024 destaca não apenas os avanços e desafios no tratamento e diagnóstico da TB, mas também reforça o papel fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS) no acesso universal à saúde, crucial para garantir o tratamento adequado e oportuno para todos os brasileiros.

Em 2022, a TB foi a segunda principal causa de morte por um único agente infeccioso no país, superada apenas pela COVID-19. Este dado alarmante ressalta a necessidade urgente de ações concentradas para alcançar a meta adotada pelo governo brasileiro de eliminar a doença como problema de saúde pública até 2030, em linha com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e antecipando a meta global para 2035.

O Boletim Epidemiológico Tuberculose apresenta uma análise abrangente da situação epidemiológica e operacional da TB no Brasil, destacando a incidência da doença, o perfil sociodemográfico das pessoas afetadas, e as estratégias de diagnóstico no contexto da pandemia de COVID-19. Revela também um foco especial nas populações em situação de maior vulnerabilidade, como as crianças, pessoas coinfetadas com HIV e aqueles em situação de rua, sublinhando a importância de abordagens direcionadas e sensíveis a fatores sociais para efetivamente combater a TB.

Importantes avanços são evidenciados, como o aumento no número de diagnósticos confirmados por critérios laboratoriais e a expansão do tratamento preventivo, mas o documento também destaca desafios persistentes, como a necessidade de melhorar os desfechos de tratamento e combater a tuberculose drogarresistente. O Boletim ressalta a importância da inovação tecnológica, incluindo o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos encurtados, bem como o fortalecimento das pesquisas para avançar na luta contra a TB.

Através deste Boletim, o Ministério da Saúde reafirma seu compromisso com o fortalecimento das políticas de saúde pública, a promoção da equidade no acesso à saúde e a garantia dos direitos sociais. É um chamado à ação coletiva, engajando não apenas os profissionais de saúde e gestores públicos, mas também a sociedade civil, comunidade científica e organizações internacionais, para unir esforços no combate à tuberculose. A eliminação da TB como problema de saúde pública no Brasil é uma meta alcançável, mas exige dedicação, recursos e a colaboração de todos os setores da sociedade.

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A pneumonia hospitalar (HAP) é a infecção mais comum relacionada aos cuidados de saúde, afeta cerca de 1% dos pacientes internados. Tem como consequência aumento da mortalidade, tempo e custo da internação. Apesar de sua reconhecida importância, não há um consenso sobre como melhor preveni-la. Tendo em vista a participação de micro e macro aspirações em sua patogenia, a maioria dos especialistas advocam sobre a importância da higiene oral. A maioria dos bundles para prevenir pneumonia assoada à ventilação mecânica (VM) continua a sugerir antissepsia oral com clorexidina, a despeito de resultados conflitantes dos estudos sobre seu papel protetor. Escovação mecânica dentária foi proposta como método alternativo para reduzir a carga de contaminação da cavidade oral, uma vez que possui o potencial de melhor remoção de placas/biofilmes, sem os efeitos adversos associados à clorexidina.

Partindo dessa premissa, uma metanálise publicada no JAMA buscou avaliar a prática de escovação mecânica diária e seu impacto na incidência de HAP, bem como em outros desfechos secundários. A metanálise incluiu 15 Ensaios Clínicos Randomizados, publicados em vários países, com um total de 10,742 pacientes. Na maioria dos estudos, a escovação era realizada 2-3 vezes ao dia. Ressalta-se que em 11 estudos, clorexidina foi usada em ambos os grupos (controle e escovação).

Treze estudos avaliaram a incidência de HAP (2,557 pacientes), sendo esta significativamente menor no grupo de pacientes randomizados para escovação (RR 0.67 | IC 0.56-0.81). Subanálise contendo apenas pacientes submetidos à VM manteve o benefício (RR 0.68 | IC 0.57-0.82), com NNT = 12. O mesmo não se manteve quando apenas pacientes não submetidos à VM foram analisados (RR 0.32 | IC 0.05-2.02). 6 estudos avaliaram o impacto na mortalidade dentro da UTI (n = 1,331), sendo a escovação diária associada à taxa de mortalidade significativamente menor (RR 0.81 | IC 0.69-0.95). Escovação também mostrou benefícios quanto ao tempo de VM e dias na UTI. Não foi observada diferença significativa em relação a duração da internação hospitalar e uso de antibióticos.

O estudo conclui que a prática de escovação dentária diária foi associada a menores taxas de HAP, bem como mortalidade dentro da UTI. Esse achado sugere que tal prática deve ser considerada como parte essencial dos cuidados de pacientes hospitalizados, especialmente aqueles sob VM. 

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NOTA TÉCNICA Nº 35/2024-CGAHV/.DATHI/SVSA/MS

Em um avanço significativo para o tratamento de HIV/AIDS no Brasil, o Ministério da Saúde, através da Nota Técnica Nº 35 da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, anuncia a introdução de uma nova combinação terapêutica de lamivudina e dolutegravir para pacientes com idade igual ou superior a 50 anos. Este novo regime, uma dose fixa combinada (DFC) de lamivudina 300mg/dolutegravir 50mg, promete não apenas simplificar o esquema de tratamento mas também reduzir significativamente os efeitos colaterais associados a regimes anteriores.

A decisão vem após extensa revisão de estudos clínicos e consulta com especialistas em infectologia, refletindo o compromisso do Ministério com a adoção de práticas baseadas em evidências para a saúde pública. Com esta mudança, espera-se melhorar a qualidade de vida dos pacientes, facilitando a adesão ao tratamento e minimizando interações medicamentosas, especialmente importante para essa faixa etária que frequentemente gerencia múltiplas condições de saúde.

Para o uso dessa opção terapêutica todos os critérios estabelecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em adultos, 2023 – Módulo I: Tratamento¹ devem ser considerados:

Adesão regular ao tratamento;

Carga viral < 50 cópias/mL no último exame com data igual ou anterior a 6 meses e estar com CV < 50 cópias/mL nos últimos 12 meses.

HBsAg não reagente;

Exclusão de tuberculose;

Não estar gestante;

Não utilizar medicamentos concomitantes que reduzam o nível sérico de dolutegravir;

Ausência de falha virológica prévia e de mutações de resistência à lamivudina e ao dolutegravir;

Presença de comorbidades que determinem risco de desenvolver alteração da função renal ou osteopenia/osteoporose, situações mais prevalentes em faixas etárias superiores a 50 anos.

A DFC de 3TC/DTG não deve ser prescrita para pacientes com taxa de filtração glomerular estimada que implique em redução de dose da lamivudina (TFGe menor que 30 mL/min).

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Em um momento em que a saúde pública global enfrenta desafios sem precedentes, a obesidade emerge como um fator crítico na eficácia da vacinação e na resposta imunológica. A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), publicou uma nota técnica detalhada, datada de 10 de janeiro de 2024, oferecendo diretrizes atualizadas e recomendações para a vacinação em pacientes com obesidade. Este documento não só esclarece a relação entre obesidade e imunização, mas também serve como um guia essencial para profissionais da saúde na linha de frente do atendimento a essa população vulnerável.

Contexto da Obesidade na Saúde Pública: A obesidade, classificada como uma doença crônica, tem aumentado em prevalência em muitos países, incluindo o Brasil. Este aumento está associado a uma variedade de comorbidades, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, e certos tipos de câncer. A obesidade também é um fator de risco significativo para desfechos adversos em várias infecções, como evidenciado durante a pandemia de COVID-19. Por isso, a vacinação em pacientes obesos torna-se um tópico de vital importância para a saúde pública.

Detalhes das Recomendações da Nota Técnica:

  1. Vacinação Contra Influenza em Detalhe:
    • Além da recomendação de vacinação anual, a nota técnica discute a importância de abordar mitos comuns e hesitações sobre a vacina da influenza, particularmente em populações obesas.
    • A eficácia da vacina em diferentes formulações é discutida, ressaltando a importância da seleção apropriada da vacina para pacientes obesos.
  2. Vacinação Contra COVID-19 e Desafios Específicos:
    • A nota técnica analisa a resposta imunológica a diferentes tipos de vacinas COVID-19 em pacientes obesos, destacando a necessidade de regimes de dosagem ou reforços específicos.
    • Discussões sobre a eficácia a longo prazo e a necessidade de vigilância contínua em pacientes obesos são apresentadas.
  3. Hepatite B e Outras Vacinas:
    • A relação entre obesidade, doença hepática gordurosa não alcoólica e o risco aumentado de hepatocarcinoma é abordada, enfatizando a importância da vacinação contra hepatite B.
    • Orientações sobre outras vacinas, como a do tétano e pneumococos, são detalhadas, com foco em ajustes de dosagem e considerações específicas para pacientes obesos.

A Personalização do Cuidado ao Paciente Obeso: A nota técnica enfatiza a importância da personalização no cuidado de pacientes com obesidade. Isso inclui considerações sobre dosagem de vacinas, monitoramento de respostas imunológicas e manejo de comorbidades. A abordagem deve ser holística, levando em conta as necessidades físicas, psicológicas e sociais do paciente.

Conclusão e Chamado à Ação: A nova nota técnica da ABESO e SBIm representa um avanço significativo no entendimento e manejo da vacinação em pacientes com obesidade. Profissionais da saúde devem estar cientes dessas recomendações e aplicá-las na prática clínica para garantir a melhor proteção possível a essa população. É uma chamada à ação para todos os envolvidos no cuidado da saúde, para aumentar a conscientização e melhorar as práticas de vacinação em pacientes obesos.

Confira a Nota Técnica abaixo

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Brasília, 16 de Janeiro de 2024 – Em uma decisão inovadora que reforça o compromisso do Brasil com a saúde pública, o Ministério da Saúde anunciou a atualização dos esquemas terapêuticos para o tratamento da Hepatite C no Sistema Único de Saúde (SUS). A Nota Técnica Nº 280/2023 vem substituir a Nota Técnica Nº 30/2023 e estabelece novas diretrizes para o tratamento inicial e retratamento da Hepatite C, ampliando as opções de tratamento disponíveis para os pacientes.

Novos Esquemas Terapêuticos: Acesso Ampliado e Custo Reduzido

A recente aquisição dos medicamentos Sofosbuvir 400 mg e Daclatasvir 60 mg, feita por meio de Acordo de Cooperação Técnica com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), representa um avanço significativo. Este novo tratamento é 33% mais econômico do que o anterior esquema com Sofosbuvir/Velpatasvir, sem comprometer a eficácia. Essa mudança não apenas melhora o acesso ao tratamento, mas também reduz o impacto financeiro sobre o sistema de saúde.

Tratamento Pangenotípico: Uma Abordagem Mais Eficiente

Os esquemas terapêuticos atualizados são considerados pangenotípicos, o que significa que eles são eficazes contra todos os genótipos do vírus da Hepatite C (HCV). Isso simplifica o processo de tratamento, pois torna desnecessária a realização de exames de genotipagem pré-tratamento para escolha do esquema terapêutico.

Escore APRI: Uma Ferramenta Crucial no Tratamento

A Nota Técnica introduz o uso do escore APRI (Aminotransferase Platelet Ratio Index) como um método simples e eficaz para estadiamento hepático. Pacientes com APRI menor que 1 serão considerados sem cirrose para a escolha do esquema terapêutico, simplificando assim o processo de diagnóstico e tratamento.

Resposta Virológica Sustentada (RVS): O Indicador de Cura

A resposta virológica sustentada (RVS) permanece como o principal parâmetro para avaliar o sucesso do tratamento. Pacientes que atingem RVS são considerados curados, o que representa um marco significativo no combate à Hepatite C.

Tratamento para Crianças e Pacientes com Doença Hepática Descompensada

A Nota Técnica também aborda o tratamento para crianças menores de 12 anos e pacientes com doença hepática descompensada. Nestes casos, são fornecidas recomendações específicas, garantindo um tratamento personalizado e eficaz.

Impacto Positivo na Saúde Pública

Esta atualização nos esquemas terapêuticos da Hepatite C no SUS é um passo fundamental na luta contra uma das doenças virais mais desafiadoras. Ela não só amplia o acesso ao tratamento, mas também garante que os pacientes recebam a terapia mais eficaz e econômica disponível.

Disponibilidade dos Medicamentos e Suporte Técnico

A previsão é que os novos medicamentos estejam disponíveis a partir de novembro de 2023. Além disso, a partir de 1º de fevereiro de 2024, o Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM-Hepatites) seguirá as orientações desta Nota Técnica para dispensação dos medicamentos.

Conclusão

A Nota Técnica Nº 280/2023 é um marco na saúde pública brasileira, refletindo o compromisso contínuo do Ministério da Saúde com o fornecimento de tratamentos acessíveis e eficazes. Este avanço é um passo crucial na eliminação da Hepatite C como problema de saúde pública no Brasil.

Contato para Mais Informações:

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